Eu sou a Cristina. Eu sou a mãe do Denys Henrique. Eu tenho muitas memórias lindas para falar do meu filho.
Um ser humano especial. Um ser humano maravilhoso, carinhoso, amoroso com a família inteira, com os amigos. Muito dedicado, muito esforçado. Um jovem que trabalhava, que estudava, cheio de sonhos. Uma pessoa diferenciada.
Um ser humano especial, excêntrico, que tinha uma grande admiração pela cultura musical. Eu sempre notei isso no meu filho, desde pequeno, quando eu tinha ainda somente três filhos e ele era o animador, quando fazíamos passeios em família, eu, ele e os irmãozinhos. Dentro do ônibus, do trem, ele sempre era aquele serzinho que puxava as cantigas infantis pra gente cantar e a gente cantava juntos.
Com o passar do tempo, ele aprendeu a tocar instrumentos musicais. Ainda muito pequeno, muito pequeno. Aos 9 anos de idade, 7, 8 anos, 9 anos. Foi aprendendo a tocar flauta, guitarra, violão. Tinha um grande interesse musical o meu filho. Amava a cultura musical.
Dançava lindamente. Era um dançarino animador nas festas de família. Nas reuniões hoje nos falta a alegria que ele nos transmitia.
Alegria essa que foi arrancada de nós pela covardia da polícia, pela covardia do sistema. Arrancaram da minha família a alegria, o brilho de um jovem que tinha direito de viver. Deixaram uma marca profunda na minha família, muito profunda, que nunca vai cicatrizar.
Eu só quero justiça pelos 9 jovens que foram covardemente assassinados por estarem em um baile funk. Quero que honrem a memória do meu filho, dos meninos e da menina, porque é isso que eu busco hoje. Honrar a memória dos 9 que Perdemos e justiça para que não se repita. Para que isso nunca mais aconteça.
(Maria Cristina, mãe de Denys Henrique)